As pastagens desempenham papel fundamental na pecuária brasileira, já que contribuem significativamente para redução nos custos de produção. Cerca de 95% da produção de carne bovina nacional consiste na criação a pasto, pois é a maneira mais natural, econômica e prática de produzir e oferecer esse alimento para os animais.

Uma das principais vantagens da criação a pasto em relação aos países onde a alimentação se baseia principalmente no uso de grãos, é a menor dependência de mão de obra e máquinas, visto que uma vez implantadas e mantidas corretamente são perenes e dispensam a colheita mecânica. Nos últimos anos, um maior número de animais tem sido mantido em menores áreas de pastagens, o que comprova uma melhor produtividade e um desenvolvimento mais sustentável do setor, visto que essa também é uma preocupação mundial, a sustentabilidade dos sistemas produtivos.

Esses fatos estão relacionados com as pressões de mercado e sobretudo ambientais, além do aumento na disponibilidade de tecnologias como: técnica de manejo adequado e recuperação de áreas degradadas, novas cultivares mais produtivas e melhoramento genético do rebanho. Assim, muitos produtores vêm direcionando a pecuária a pasto a uma fase de refinamento, marcada pela busca de maior produtividade e eficiência por meio da intensificação.

O processo de intensificação se inicia com uma boa correção e manejo para fertilidade do solo. Para obter sucesso nessa operação é necessária uma análise de solo, que diz respeito às suas condições atuais de fertilidade, e conhecer o grau de exigência da espécie forrageira que será cultivada. Uma sub dose desses insumos resultará em redução do potencial produtivo, e menor intensificação do pastejo. Uma super dose, por sua vez, não é economicamente viável, e como exemplo o uso excessivo de calcário pode resultarem complicações difíceis de reverter. Após o estabelecimento é necessário que haja o manejo do pastejo, ou seja, o monitoramento da colheita da forragem pelos animais presentes na área, o que garante a produção e perenidade da planta forrageira.

Ao monitorar a quantidade de animais juntamente com o crescimento da planta, tende a existir um equilíbrio, já que as folhas são preferencialmente consumidas pelos animais, mas as plantas também necessitam dessas folhas para crescer. Para evitar a falta ou sobra desse alimento, em forma de sub ou super pastejo, o controle e adequação na taxa de lotação é fundamental. Deve ser feito também o monitoramento da altura ideal de cada cultivar, visto que a produção de forragem não é uniforme ao longo do ano devido a sazonalidade, então o número de animais a serem colocados na área, a quantidade de forragem produzida e o período de descanso não pode ser o mesmo em todas as épocas. Essa altura irá variar de acordo com o tipo de pastejo, se é em lotação contínua ou rotacionada, já que existem diversas cultivares nas quais umas são mais indicadas para cada tipo de sistema e categoria animal.

Outra dúvida quando o assunto é manejo de pastagem é se devemos incluir o suplemento como uma tecnologia de manejo. Como resposta, deve-se sim inserir o suplemento como elemento atuante no manejo, sendo que o suplemento contribui de diversas maneiras. Mas como este suplemento auxilia no manejo de pastagem?

A suplementação estratégica pode ajudar a aumentar o tempo de pastejo e a taxa de lotação do pasto de diversas maneiras. Uma das principais formas é através da melhoria da qualidade nutricional da pastagem. Como, por exemplo, quando a pastagem não fornece nutrientes suficientes para atender às necessidades dos animais, a suplementação pode ajudar a preencher esse déficit nutricional e manter o crescimento e a produção animal, e de outra forma garantir a manutenção da pastagem.

Com uma nutrição adequada, os animais podem permanecer mais tempo na pastagem, o que possibilita o aumento do tempo de pastejo e, consequentemente, a taxa de lotação. Além disso, a suplementação pode ajudar a manter a produtividade e a qualidade da pastagem, fato que também pode aumentar a capacidade de suporte da área de pastagem. Porém, todos esses benefícios serão observados se a suplementação for utilizada de maneira estratégica e equilibrada, sempre se atentando a capacidade de suporte da pastagem e as necessidades dos animais, para que assim não ocorra o uso excessivo de suplemento, o que ocasionaria em desperdício de nutrientes e prejuízo financeiro.

Autores: Professores Cláudia Sampaio e Sidnei Lopes DZO/UFV Graduandos em zootecnia DZO/UFV: Amanda Moreira, Fabio Ferreira, Lara Moura e Vitor Lage.