Autores:
João Mangabeira, zootecnista pela UFMT, Field Sale Rúmina
Raquel Maria Cury Rodrigues, zootecnista pela UNESP de Botucatu e especialista em Gestão da Produção pela UFSCAR.
A pecuária de corte é uma atividade que exige um amplo olhar do produtor, afinal, são vários elementos que se relacionam entre si. Avaliar as condições estruturais da fazenda em busca de constantes melhorias possibilita ganhos tanto em produtividade como em qualidade.
Em termos práticos, de que adianta oferecermos uma dieta equilibrada e de primeira para os animais se o local onde os suplementos e a água são ofertados não está adequado? Não faz sentido, concordam?
Sabemos que ainda há muitas falhas com relação ao manejo e instalações dos cochos nas fazendas e isso acaba se tornando uma oportunidade de melhoria para o negócio.
Falhas na instalação e manejo dos cochos
- cochos em quantidade insuficiente;
- localização inadequada;
- construção fora das medidas dos padrões técnicos funcionais como altura, largura e profundidade;
- cochos descobertos que expõem o suplemento ao sol e à chuva;
- formação de atoleiros ao redor do cocho e;
- falta de reposição adequada/abastecimento da suplementação.
Esse último tópico é um dos principais gargalos relacionados à suplementação animal e muitas vezes a reposição do suplemento não acompanha a frequência necessária e ideal.
Uma ferramenta simples e prática que auxilia o produtor nesse sentido é o Bovitech Salga que tem como principal objetivo a gestão da suplementação a pasto. Por meio do aplicativo, é possível gerenciar o consumo dos diferentes produtos na suplementação e transformar informações em decisões rápidas e assertivas.
Como adequar os cochos para um bom desempenho dos animais no pasto?
Cochos estruturados e adequadamente abastecidos, possuem resultado direto no desempenho dos animais.
Veja alguns pontos essenciais:
Topografia do terreno: evitar a instalação dos cochos em locais íngremes e acidentados que dificultem o acesso dos animais.
Materiais para a confecção dos cochos: são diversos os materiais que podem ser utilizados como por exemplo, concreto pré-moldado, plástico (tambor), pneus, alvenaria, madeira, lona, entre outros. Todos esses materiais têm as suas vantagens e desvantagens e a escolha depende da disponibilidade do material no mercado e do quanto o produtor pretende investir nesse quesito. De qualquer maneira, para minimizar os custos de produção, os cochos devem ser construídos com material durável e resistente.
Localização do cocho: ele deve ser de fácil acesso para o animal e para o colaborador responsável pelo abastecimento. É preferível que esteja instalado em local seco, sendo importante evitar perdas de conteúdo por vento ou chuva.
Limpeza do cocho: essa ação é de extrema importância e a frequência dependerá do conteúdo que será fornecido. Dietas mais úmidas e com maior proporção de volumosos exigem maiores cuidados nesse quesito quando comparado com dietas mais secas e com maior porcentagem de concentrado. Independente disso, cochos sujos e com alimentos deteriorados inibem o consumo pelos animais e inclusive, podem ocasionar problemas de saúde aos mesmos. Além disso, quando há muitas sobras, mais mão de obra deve ser mobilizada para a limpeza dos cochos e remoção do alimento parado.
Altura dos cochos: varia conforme a categoria animal a ser trabalhada. Para bezerros, a indicação é de 40 a 50 cm do chão e deve-se colocar um anteparo na parte superior, evitando o trânsito de animais sobre o mesmo.; animais de recria (em crescimento) 60 a 70 cm e animais de engorda, 1 metro. Essas alturas devem ser respeitadas a fim de evitar que o animal jogue para fora o que está sendo ofertado.
Dimensionamento do cocho: dependerá da quantidade de animais dentro do piquete, categoria animal, bem como o nível de suplementação que será fornecido. Além de se evitar estresse por competição, a facilidade de acesso ao cocho para todos os animais têm efeito positivo na uniformização do consumo do suplemento pelo lote, melhorando o desempenho final do mesmo.
Instalações mal feitas ou mal manejadas resultam em menor desempenho animal. Além disso, os bebedouros devem estar limpos, dispondo de água em quantidade e com qualidade. Colocar em prática as sugestões apontadas neste texto contribuem para que os animais apresentem melhor eficiência alimentar, maior desempenho e consequentemente menor custo de produção.