Neste artigo, vamos entender como gerar metas, perguntas que devem ser feitas, como: quanto quero lucrar por hectare? Qual a margem que será praticada no negócio? E por fim, é colocar a mão na massa! Gastar a ponta do lápis e fazer conta! Mas não se preocupe, colocamos uma sugestão de protocolo desenvolvido a partir do lucro e margem esperados para o negócio pecuário. 

É comum ouvirmos sobre a necessidade de fazer uma pecuária de ciclo curto, em cuidar e acelerar o giro de estoque, sempre visando a produção de arrobas por hectare por ano, não é mesmo? 

Tudo isso é verdade, porém, precisamos também entender (ou aprender) que, do ponto de vista econômico, nem sempre produzir mais, significa lucrar mais.

Na fazenda, da porteira para dentro, o lucro obtido, sempre será resultante da matemática entre desembolso e receita, tendo o hectare como unidade de produção. 

Precisamos assim, aprender a ponderar os investimentos que serão feitos para se atingir a produção estabelecida, a qual levará ao lucro desejado por hectare. 

A conta deve ser feita de trás para frente, se respondendo: quanto quero lucrar por hectare? Qual a margem que será praticada no negócio?

Pronto. Agora é só voltar a contar para chegar as metas produtivas e de desembolso. Simples, não é? Com certeza não!

Porém, ninguém falou que produzir, ser eficiente e ganhar dinheiro seria fácil. Se fosse, todo mundo estaria produzindo acima da média, lucrando muito e não teríamos tantas propriedades em estado de degradação, vendendo o almoço para, literalmente, comprar a janta.

Colocando a mão na massa

Para começar, aconselhamos que primeiro você inicie usando o bom e velho caderninho (ou Excel para os mais modernos). Esse é o momento de gastar a ponta do lápis (ou dos dedos) e fazer conta, muita conta!

É nesse momento que, conhecer a fazenda e entender de princípios do sistema de produção de bovinos de corte, irão te ajudar na matemática do boi. Não adianta, por exemplo, planejar uma lotação muito alta, se esta estiver totalmente desalinhada do investimento em adubação. Da mesma forma, o planejamento do desembolso cabeça/ mês com nutrição deve estar alinhado com a meta de ganho de peso.

Estes são apenas alguns, dos vários investimentos que deverão compor o plano de negócio pecuário. 

Lembre-se que, para definir as metas você deve ser específico, não generalista. Em vez de colocar como meta: produzir muito, produzir mais esse ano, ganhar mais dinheiro; seja específico: lucrar (pelo menos) R$500/ha/ano com a produção de 15@/ha/ano.

Definida a meta anual, agora é hora de fracioná-las em submetas ou indicadores de monitoramento/performance do negócio. 

A partir da meta de produção de arrobas por hectare, defina a quantidade de arrobas que devem ser produzidas por cabeça, evoluindo até chegar nas metas de GMD para as diferentes épocas do ano. Da mesma forma, faça com o planejamento financeiro. Qual o “valor meta” (dado pela margem pré definida) que estará disponível para ser gasto por animal? E por cabeça/mês? Respondendo as estas perguntas você poderá ir montando os pontos de controle e demanda de caixa mês a mês da fazenda.

Agora com as metas definidas, o modelo de gestão deve ser voltado para o monitoramento e controle do previsto e realizado. Desvios e erros eventualmente irão acontecer, e isso não é um problema. O importante, nesse caso, é que este seja reconhecido o mais rápido possível e corrigido/ajustado. Tire as lições e aprendizados do ocorrido para evitar que o mesmo aconteça no ciclo seguinte.

Não se esqueça que o planejamento é só a primeira etapa do processo. Você irá precisar pensar na implementação, nos ajustes necessários e nos responsáveis pelas tarefas. Da mesma forma, crie metas e protocolos de controle para toda ação estabelecida na fazenda.

De presente, para te ajudar, abaixo colocamos uma sugestão de protocolo desenvolvido a partir do lucro e margem esperados para o negócio, que foram extraídos do livro Como Ganhar Dinheiro com a Pecuária (Fonte: Instituto Inttegra de Métricas Agropecuárias).

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