Além de proporcionar conforto ao rebanho, o bem-estar animal contribui para o aumento da produtividade, melhora dos índices zootécnicos e redução da mortalidade. 

A relação entre a saúde e o bem-estar animal é amplamente reconhecida, bem como o impacto que o bem-estar pode gerar na produtividade animal. Diversas pesquisas apontam que níveis reduzidos de estresse são essenciais para evitar o comprometimento do sistema imunológico dos animais, que, por sua vez, afeta o seu desempenho e a suscetibilidade às doenças. 

Adotar boas práticas para o cuidado com os animais já é uma realidade mundial e uma cobrança inclusive do mercado consumidor, que além de demandar a fundo informações sobre a origem dos alimentos que consome, quer conhecer e rastrear como o mesmo foi cuidado/cultivado. Falaremos mais sobre isso adiante. 

Do lado dos pecuaristas, são extremamente perceptíveis as vantagens da prática no dia a dia e por isso a importância do gerenciamento desse quesito na fazenda. Não é à toa que andando hoje pelas propriedades é possível ver inúmeras estruturas e ações que visam um ambiente mais cômodo ao plantel. 

Primeiros passos

Em um primeiro momento, é interessante entender como o bem-estar animal afeta a fazenda de gado de corte positivamente e buscar conhecimento sobre a área através de cursos e consultorias.

Em um segundo momento, é interessante revisar os fatores que podem estar afetando o bem-estar dos animais e listar as possíveis melhorias, tanto as que podem ter início imediato bem como, as futuras. 

Confira a lista de alguns tópicos que valem ser verificados:

Importância da interação humano × animal 

São várias as evidências de que a qualidade da interação humano-animal tem importante papel na definição do bem-estar dos animais e na expressão de seus potenciais produtivos. 

De acordo com a Organização Mundial de Saúde Animal,  dois dos princípios gerais para orientar as ações que levam em conta o bem-estar dos animais de produção dizem que: 

Assim, é reforçada a importância da interação humano-animal no bem-estar dos animais de produção e, consequentemente, no estabelecimento de sistemas sustentáveis de produção pecuária.

Bem-estar: “o nome do jogo” 

Segundo uma matéria recente publicada na Forbes, o bem-estar animal está entre as 10 mega tendências que vão revolucionar a cadeia produtiva da carne bovina. De acordo com a reportagem, “produzir respeitando o bem-estar animal ao longo de toda a cadeia será mandatório e nenhum elo poderá ficar de fora”.  

Ainda é ressaltado que a propriedade, o transporte e o frigorífico serão exigidos a apresentarem certificados de produção com bem-estar animal. 

Como já citado acima, a rastreabilidade – impulsionada pela expansão digital e pelos consumidores exigentes – será primordial para a aderência do mercado aos produtos pecuários. Assim, fatores como bem-estar animal, boas práticas produtivas e sustentabilidade serão temas chave para a aceitabilidade do mercado, fatores estes que, em contrapartida, eliminarão aqueles que não se adequarem à nova forma de consumir da população. Não dá para ficar de fora dessa onda, certo? 

Escrito por Raquel Maria Cury Rodrigues, zootecnista pela UNESP de Botucatu e especialista em Gestão da Produção pela UFSCAR.

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