O Brasil se destaca como maior produtor e exportador de carne bovina do mundo. Esse resultado se deve em parte pela mudança de perfil essencialmente extrativista para um perfil competitivo, tecnológico, com responsabilidade ambiental e social, que busca encontrar os melhores métodos para produção a fim de melhorar os índices produtivos e econômicos.

Com o uso intensivo de tecnologias o desempenho dos animais produzidos é otimizado e assim o sistema tradicionalmente longo passa para um sistema de ciclo mais curto onde é necessário que a interação entre o ambiente, animal e manejo seja feita de forma consciente e estratégica.

Conciliando então aspectos relacionados à melhoria genética dos rebanhos, nas condições sanitárias e de manejo geral, pontos relacionados ao manejo nutricional merecem destaque. Considerando que 14% do abate total é proveniente de confinamento, a maior parte dos animais abatidos e provenientes de sistemas de cria vêm de sistemas de produção realizados a pasto, onde as flutuações quantitativas e qualitativas na oferta de forragens são verificadas.


Como realizar a Suplementação Estratégica?

As forragens tropicais disponíveis para o pastejo no geral não são equilibradas em energia, proteína, vitaminas e minerais ao longo do ano em função da sazonalidade, então nutrientes adicionais são necessários para atendimento das demandas dos animais nas mais diversas fases do ciclo produtivo.

Assim a suplementação estratégica entra no sistema de forma quase obrigatória para atender as demandas dos animais que produzimos e por fim otimizar ciclos. Os nutrientes suplementares têm a função de estimular o consumo de forragens, aumentar a disponibilidade de energia consumida para o metabolismo e impulsionar mecanismos fisiológicos que desencadeiam os processos anabólicos para crescimento e reprodutivos que levam à maior produtividade.

Fêmeas em reprodução

Considerando fêmeas em reprodução o suplemento é essencial visto que é a categoria produtora de bezerros, ou seja, o produto da bovinocultura de corte.  Em geral vacas em idade reprodutiva passam por estação de monta no período de maior oferta de forragens, sendo os terços médio e final da gestação nos períodos de transição águas-seca e seca respectivamente. Assim os partos se concentram no fim da seca, período de menor desafio ambiental e para o bezerro ter condições de crescer e usar tanto o leite materno quanto a forragem disponível durante sua fase de rápido crescimento e melhor conversão alimentar.

Para esta categoria o suplemento proteico/energético tem o objetivo de manutenção ou melhoria de escore de condição corporal ao parto e reflexo em produção de leite na lactação. Objetiva também o retorno da atividade cíclica após o parto de forma rápida evitando anestro nutricional e tem grande importância na nutrição fetal; onde a nutrição materna e consequente aporte de nutrientes fetal assegura crescimento de células que constituem o tecido muscular já que 99% deste acontece na fase fetal, além do potencial para crescimento adiposo em especial gordura intramuscular, que confere marmoreio à carne resultando suculência e maciez.

A idade média ao primeiro parto pode definir a longevidade e retorno econômico para o sistema, então outra categoria necessita da suplementação como estratégia em redução de ciclo, que são as novilhas. Considera-se ideal que o primeiro parto esteja entre 24 e 36 meses no máximo, e no sistema mais intensivo as “precocinhas”, animais oriundos de sistema com seleção genética para precocidade sexual, são colocadas no manejo reprodutivo com 13/14 meses de idade.

Esses animais devem passar todas as fases do crescimento em sistema que proporcione ganho para obtenção de peso e composição corporal compatível com a atividade reprodutiva, posterior prenhez e continuidade do crescimento. Portanto, o suplemento é essencial para garantia de ganhos superiores a 600 gramas por dia e obtenção de 60% do peso adulto antes da primeira estação de monta.

Animais em crescimento

Para animais em crescimento, com foco em abate, a suplementação define o ciclo, ou seja, o ganho adicional ao sistema é que define este em precoce, convencional ou tardio. Sistemas sem input de nutrientes e com ganhos médios até 300 gramas por dia invariavelmente são longos, de baixa rentabilidade e giro de capital, portanto são aptos a deixar a atividade. Quando a suplementação estratégica é utilizada mesmo com produtos de baixo consumo é possível verificar ganhos acima de 500-600 gramas por dia, inclusive na seca, o que confere uma redução no ciclo, abate de animais jovens, com ótima conversão alimentar.


A organização dos ciclos produtivos com uso do nutriente suplementar acontece a partir da inclusão de nutrientes que faltam na forragem disponível e que otimizem o ganho de acordo com metas desejadas de desempenho, e a variação de resposta é dependente do nível de inclusão e composição dos suplementos. Níveis mais altos de inclusão em suplementos formulados mais completos são os que resultam em ciclos mais curtos, mas que devem ser avaliados de acordo com o custo-benefício.

A importância da execução de planos nutricionais estratégicos em todas as fases do ciclo produtivo é indiscutível. Vale ressaltar que sem gestão, planejamento e controle nenhuma atividade produtiva consegue alcançar bons índices.

Sobre o Bovitech Salga

A frequência com que é fornecido o suplemento e, a facilidade de acesso do animal ao suplemento são fundamentais para alcançar as metas de desempenho desejada. Através do Bovitech Salga o pecuarista pode gerenciar o consumo dos diferentes produtos na suplementação a pasto e transformar as informações em decisões rápidas e assertivas.

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Autor(a):
Professora Cláudia Sampaio
Bovinocultura de Corte, Departamento de Zootecnia, Universidade Federal de Viçosa

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